7 de junho de 2007

Conto "O Violino" - 9ª Parte

- Meu amigo, a tua face transparece a tristeza que vai dentro de tua alma. – exclamou o detective.

- A minha vida não faz mais sentido. De que vale amar se agora não o posso demonstrar? De que vale sentir este sentimento, o mais intenso de toda a minha vida, se a minha amada partiu? – perguntava Júlio, manifestando a sua angústia – Porquê? Porquê a minha doce e meiga Josefina? Que ser tão cruel é capaz de uma monstruosidade destas?

- Eu entendo. Mas tens de ser forte. Não te podes deixar-te ir a baixo.

A tristeza de Júlio era impossível de ser negada… O homem estava de rastos… Nada nem ninguém o animava. Uma imensa solidão tinha-se instalado no seu coração e só o sofrimento e a mágoa se apoderavam de si.

- Como posso eu ser forte se a razão do meu viver se foi? Eu amava-a como nunca amei ninguém! Ela era o meu mais que tudo… – afirmou Júlio.

- Como eu te entendo – exclamou Rafael – nem sei que te diga. A tua infelicidade entristece o meu coração. Se ao menos não tivesses saído naquele dia ou se tivesses voltado antes de anoitecer…

- Pois… Mas não tens noção do quão maravilhoso era amar e ser amado por aquela mulher… – disse Júlio, desviando a conversa.

Continuaram a falar durante longos minutos. Porém o viúvo não queria sequer falar acerca do que tinha andado a fazer naquele dia.

Cada vez mais dúvidas envolviam o pensamento do detive. “Por que não quer ele falar sobre a sua saída naquele dia? Porque não quer referir os acontecimentos da sua noite? Será que foi mesmo à caça?” – pensava o homem perplexo com a situação. A história estava a tornar-se cada vez mais complexa e apenas dúvidas e incertezas rodeavam a cabeça do pobre Rafael. Ele apenas queria chegar ao desfecho do trágico acontecimento e descobrir o autor de tal malvadez.

“Quem terá morto Josefina?” – era a pergunta para a qual todos queriam encontrar uma resposta. A dúvida estava instalada! Todos estavam cheios de incertezas e já todos desconfiavam uns dos outros. Apenas e somente o criminoso não tinha desconfianças mas, bem tentava fingir que as tinha (é um facto), só ele (ou ela) sabiam o que tinha acontecido naquela noite, naquele momento…

(Mariana)

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