7 de junho de 2007

Conto "O Violino" - 10ª Parte

Imaginavam-se possibilidades …

O dia clareou e com ele acordaram os pássaros. Pássaros que se escondiam por detrás dos arbustos do jardim da família Queirós.

Os primeiros raios de sol penetravam na vidraça ao encontro da face de Lena. Sua cara estava cada vez mais quente, o que lhe dava um tom rosado. O sol bateu-lhe nos olhos, que lentamente se abriram. Olhou para a janela… O dia estava tão belo... Tudo em sintonia… existia amor por todo o lado. Até o vento, que passava, agitava amorosamente as pequenas e simples folhas. Desceu as escadas com toda a suavidade. Estava bem disposta, já tinha ultrapassado toda a dor.

Com a ajuda de Luciano, ela entendeu que não era culpada, que deveria aproveitar a sua vida, seguindo em frente.

- Que fome! Como desejo o meu pequeno-almoço.

Lena dirigiu-se à mesa, que estava recheada, como sempre, preenchida com tudo de bom para uma alimentação digna e completa. Seu pai já estava presente e, quando deu conta da sua chegada, retorquiu:

- Bom dia, minha filha!

- Bom dia, pai!

- Ontem estive a falar com Rafael e depois de me deitar não tive mais notícias dele. Viste-o?

- Ah! Ele pediu-me para lhe dizer que foi até casa.

- Até casa?

- Sim, meu pai. Estava com saudades da família.

- Acredito.

Nesse instante, a campainha tocou e Maria, que estava junto deles, dirigiu-se à porta, que abriu imediatamente. As notícias não eram as pretendidas…

Depois de o desconhecido lhe mostrar as provas, dirigiu-se de novo até a sala. Assim que se aproximou, pai e filha entenderam que não podia ser coisa boa.

- Ai, que nem sei como lhe hei-de dizer…

- O que foi Maria?

- Ai o senhor Luciano…

- Luciano, o que lhe aconteceu?

- O pobre foi…

- Diz logo mulher.

- O seu corpo foi encontrado num pequeno lago ao pé da floresta.

- Ai, meu Deus.

- Calma, Lena.

- Meu pai, primeiro matam violentamente minha mãe e agora o meu namorado.

(Rita)

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