15 de maio de 2007

Conto "O Violino" - 4ª Parte

O detective saiu pensativo da casa dos Queirós, Luciano vinha mais vezes falar com a futura sogra do que propriamente com a sua namorada. Algo se passava, só não tinha era ainda descoberto o quê!

Já passado o difícil dia do enterro de sua esposa e com uma noite mal dormida, Júlio decidiu fazer o que mais gostava: afinar instrumentos, para ver se se distraía um pouco e para não pensar tanto no que tinha acontecido à sua esposa.

Era hora do almoço quando apareceu uma visita, Rafael. Encontram-se os dois no jardim.

- Olá meu amigo, como te sentes?

- Rafael, é como se a minha vida já não tivesse sentido… A Josefina faz-me tanta falta!

Rafael tentou reconfortar o amigo dizendo que faria o que estivesse ao seu alcance para descobrir quem tinha feito tal coisa à sua esposa.

- Ficas para o almoço? – perguntou Júlio a Rafael.

- Fico sim.

- Vou já dizer à Maria que ponha mais um prato na mesa.

Durante o almoço, ninguém disse nada. Estava estabelecido um ambiente mórbido na sala de jantar.

Já durante a sobremesa Rafael dirigiu-se ao pai e à filha:

- Eu sei que para vocês ainda é cedo, mas eu gostaria de falar com os dois ainda hoje.

- Claro, quando quiseres. – respondeu lentamente Júlio com a sua voz rouca.

De tarde, Lena saiu, dando ao pai a justificação de ir ao conservatório para se encontrar com Luciano. Era a altura ideal para Rafael falar com Júlio. Dirigiram-se ambos à biblioteca para terem uma maior privacidade. Rafael foi directo ao assunto, pois era um homem prático e não gostava de grandes intróitos.

- Onde estavas no dia em que a Josefina morreu?

- Já te disse, fui caçar.

- E o quê?

- Coelhos, caça miúda. Fui experimentar uma caçadeira nova que comprei na outra semana.

Júlio tinha dado a Rafael a resposta à sua próxima pergunta: a arma que ele tinha usado não era a sua arma habitual, aquela que Rafael tinha visto no moinho.

- E quanto tempo estiveste fora? Sê o mais preciso possível.

- Saí de manhã, pouco depois das sete e só voltei já tu estavas em minha casa, não sei bem mas já devia passar das nove. Foi nessa altura que soube do que tinha acontecido à minha querida Josefina.

Sem mais perguntas, Rafael perguntou por Lena. Porém, esta ainda não tinha voltado do conservatório.

(Cristiana)

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